O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira (18/6) às autoridades birmanesas que libertem a prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que completa 65 anos no sábado, e outros presos políticos de forma "imediata e incondicional".
Obama destacou a "determinação, coragem e sacrifício pessoal no trabalho pelos direitos humanos e pelas mudanças democráticas" da oposicionista presa.
Desde 2003, Aung San Suu Kyi está sob prisão domiciliar. Por 15 anos, em três períodos distintos, ela foi privada da liberdade desde o início de sua luta pela democracia, em 1988.
"Por ocasião de seus 65 anos, em 19 de junho, envio minha saudação a Aung San Suu Kyi, a única ganhadora do Nobel da Paz detida", disse o presidente.
"E uma vez mais, faço um apelo ao governo birmanês para que liberte Aung San Suu Kyi e todos os presos políticos imediatamente e sem condições e lhes permita construir uma Mianmar mais estável e próspera, que respeite os direitos de seus cidadãos", acrescentou Obama em um comunicado.
O porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley, reproduzindo a mensagem do presidente, afirmou que "uma atitude como essa demonstraria um compromisso de um futuro mais brilhante que os birmaneses tanto merecem e ajudaria a trazer a verdadeira reconciliação nacional".
"Sonhamos com o dia em que Aung San Suu Kyi e todos os birmaneses possam celebrar em liberdade", afirmou Crowley, para completar que "seu esforço para os direitos fundamentais de todas as pessoas birmanesas de viver em liberdade continua a inspirar pessoas do mundo inteiro".
Suu Kyi foi educada nas melhores escolas de Yagun e depois em Oxford. Em 1972, casou-se com o britânico Michael Aris, um universitário especialista em Tibete, com quem teve dois filhos.
Voltando a Birmânia em abril de 1988, quando sua mãe estava morrendo, Aung San Suu Kyi falou em público pela primeira vez em agosto desse ano e passou a fazer parte do movimento de oposição que abalou o poder militar.
Durante os confrontos de agosto e setembro de 1988, reprimidos de forma sangrenta, fundou a Liga Nacional pela Democracia (LND), que se transformou no principal partido de oposição.
Em 1989, Suu Kyi foi presa pela primeira vez.
Em 27 de maio de 1990, seu partido ganhou as eleições pluripartidárias e a junta militar, surpreendida pelos resultados, negou-se a legitimá-los. Quase 20 anos mais tarde, os resultados seguem desconhecidos e os generais continuam governando. Mas sua incansável luta foi recompensada em 1991, com o Prêmio Nobel da Paz.