Jornal Correio Braziliense

Mundo

Obama pede ao G20 que se volte a seus objetivos originais

O presidente americano, Barack Obama, pediu, em carta publicada nesta sexta-feira (18/6) a seus parceiros do G20, que retomem os objetivos originais deste organismo formado por países desenvolvidos e emergentes; que voltem a equilibrar o crescimento mundial e reformem o sistema financeiro.

"Em Toronto, vamos voltar a nos encontrar em um momento de novos desafios para a economia mundial. Devemos agir unidos para fortalecer a recuperação", escreveu Obama nesta carta datada de quarta-feira, dirigida aos chefes de Estado e de governo, que se reunirão na semana que vem.

O presidente americano lhes transmitiu três temas de preocupação: "as consideráveis fragilidades" da demanda por parte de algumas economias do G20, o estado das finanças públicas e a reforma do sistema financeiro.

"Uma recuperação mundial sólida e duradoura deve ser construída sobre uma demanda equilibrada em nível mundial", destacou Obama na missiva.

Esta meta foi parte essencial da mensagem do G20 na cúpula passada, celebrada em setembro em Pittsburgh, Estados Unidos.

Assim, alguns membros da organização, em primeiro lugar os Estados Unidos, deveriam aumentar a poupança interna para se endividarem menos no exterior. Outros, como a China, deveriam estimular mais o consumo interno, para ser menos dependentes das exportações. Finalmente, outros como os países europeus, precisariam reformar suas economias para aumentar seu potencial de crescimento.

Segundo um alto funcionário canadense, o yuan será tema de discussões durante a cúpula do G20.

O tema será abordado durante "exercício de avaliação mútua" para definir de que forma os países do bloco podem contribuir para uma recuperação duradoura do crescimento econômico mundial, afirmou o funcionário, que pediu para ter sua identidade preservada.

"Uma das principais mensagens (durante a cúpula) será que todos os países do G20 devem agir para sustentar um crescimento forte, durável e equilibrado", disse.

"Espero que a discussão aborde, entre outros temas, os efeitos de uma taxa de câmbio mais flexível" da moeda chinesa, acrescentou.

Mais cedo, Pequim havia reiterado que a questão da taxa cambial de sua divisa só diz respeito à China e que não deve ser discutida na cúpula.

O yuan "é a moeda da China. Não é um tema que a comunidade internacional deva discutir", afirmou Cui Tiankai, vice-ministro das Relações Exteriores, durante entrevista coletiva.

Os dirigentes do G20 se reunirão nos dias 26 e 27 de junho, durante cúpula em Toronto (Canadá).