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Venezuela desmente envio de comida estragada ao Haiti

O governo da Venezuela desmentiu nesta sexta-feira (18/6) que o barco com contêineres de alimentos enviados ao Haiti no mês de janeiro tenha voltado ao país porque os produtos que levava estavam em mau estado. Esclareceu que a decisão de fazê-lo retornar foi tomada, justamente, para evitar a decomposição dos alimentos.

Em uma nota enviada à imprensa pelo ministério da Alimentação, o governo "desmente" as informações sobre "o retorno de 51 contêineres supostamente com alimentos decompostos" que foram enviados como parte da ajuda humanitária ao Haiti, devastado por um forte terremoto em janeiro.

Segundo as autoridades, a Venezuela "solicitou o retorno dos contêineres ao país para evitar o vencimento do prazo de validade dos alimentos", após avaliar as "condições existentes no Haiti".

Os 51 contêineres faziam parte de um lote de 224, "dos quais 173 chegaram sem problema algum ao seu destino" através de "uma operação especial de trânsito alfandegário terrestre pela República Dominicana", acrescentou o texto oficial.

O ministério da Alimentação também explicou que é "impossível que sejam enviados alimentos com prazo vencido ou em mau estado" devido às "estritas medidas de controle sanitário" que são aplicadas nos portos internacionais.

Segundo a imprensa venezuelana, o retorno deste barco, chamado de "Santa Paula", deveu-se à recusa das autoridades dominicanas em aceitá-lo, devido ao mau estado das 1.500 toneladas de alimentos presentes.

O incidente coincide com um escândalo que atingiu recentemente a comercializadora de alimentos PDVAL (a cargo da estatal petroleira PDVSA), em cujos armazéns foram encontradas, segundo fontes extraoficiais, toneladas de alimentos estragados.