Especialistas militares desativaram uma caminhonete-bomba contendo 136 quilos de explosivos em frente a uma delegacia de uma cidadezinha da Irlanda do Norte, anunciou nesta sexta-feira (18/6) a polícia, insistindo em que o artefato poderia ter provocado uma "devastação total" se tivesse explodido.
Os investigadores suspeitam de que a colocação da bomba é obra de militantes republicanos dissidentes contrários ao processo de paz. O artefato foi encontrado na quinta-feira à noite no povoado de Aughnacloy, ao sul da Irlanda do Norte. A polícia evacuou 350 pessoas.
"Podemos confirmar que o artefato estava em condições de funcionar e continha cerca de 136 kg de explosivos", declarou o delegado de polícia Brian Kee.
"Não há dúvidas de que a explosão deste artefato poderia ter provocado uma devastação total e certamente teria causado vítimas", acrescentou.
Ele estimou que os responsáveis queriam "matar policiais, sem se preocupar com os moradores da aldeia".
A polícia local recebeu uma ligação às 22h10 locais (18h10 de Brasília) de quinta-feira (17), advertindo que uma bomba explodiria no máximo em uma hora. Os moradores foram evacuados. O artefato não explodiu e foi desativado pelos especialistas militares.
"Uma investigação está em curso", declarou Kee. "Neste momento, suspeitamos que por trás do ataque haja dissidentes republicanos", continuou.
Os serviços de segurança da província britânica se encontram em estado de alerta desde o ressurgimento da violência nos últimos meses, com vários ataques praticados por grupos republicanos (católicos) dissidentes e o assassinato, em março de 2009, de dois soldados britânicos.
A Irlanda do Norte viveu 30 anos de violência entre católicos, que querem unir-se à República da Irlanda, e os protestantes unionistas, que militam para que a Irlanda continue fazendo parte do Reino Unido.
Estes confrontos deixaram 3.500 mortos antes de culminarem, em 1998, com o acordo de paz da Sexta-feira Santa.