Brasília ; A Organização das Nações Unidas (ONU) se dispôs nesta terça-feira (15/6) a assumir a responsabilidade sobre três navios turcos, com carregamentos de ajuda humanitária, que pretendem transportar o material até a Faixa de Gaza ; mantida sob embargo por Israel. A iniciativa ocorre duas semanas depois do ataque israelense a uma frota de navios, também com ajuda humanitária, para a mesma região.
;A tragédia recente envolvendo uma frota de ajuda, interceptada por Israel [referindo-se ao ataque do último dia 31], é apenas um recado sobre porque o bloqueio à Faixa de Gaza é insustentável e tem de acabar;, disse o coordenador especial para o Processo de Paz no Meio Oriente das Nações Unidas, Robet Serry. "O fechamento da área e o bloqueio à Faixa de Gaza precisam chegar ao fim."
O ataque à frota, com cerca de 790 pessoas, causou a morte de nove ativistas, a maioria de origem turca, e pelo menos 30 feridos. O governo israelense justificou a ação alegando que havia ameaças de violência por parte de integrantes do grupo. A medida gerou críticas da maior parte da comunidade internacional, inclusive dos Estados Unidos.
Israel impôs o bloqueio à Gaza em 2007 por razões de segurança. De acordo com o governo israelense, havia ameaças constantes dos grupos políticos Hamas e Fatah. Segundo Serry, há um consenso internacional de apoio à Gaza. De acordo com ele, além da ONU, a União Europeia, Rússia e os Estados Unidos consideram necessário mudar a atual situação. "O princípio básico que deve orientar a política de Gaza é que tudo deve ser permitido, a menos que haja uma razão de segurança específica e legítima;, disse.
O coordenador da ONU defendeu, ainda, que sejam intensificadas as negociações em busca da paz, envolvendo israelenses e palestinos. Para Serry, é fundamental rever as políticas de colonização, implementadas por Israel, e definir uma ação de combate à violência por parte de grupos terroristas de origem palestina.