Jornal Correio Braziliense

Mundo

Colômbia propõe acordo com as Farc para que guerrilheiros se entreguem em troca de garantias

Brasília ; O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, propôs nesta terça-feira (15/6) que os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) abandonem as atividades ilegais em troca de garantias constitucionais. Segundo o presidente, o governo assegurará meios aos guerrilheiros para que refaçam suas vidas. A proposta foi feita em entrevista coletiva às emissoras de rádio e reproduzida no site da Presidência da República.

;[Eu proponho] que os guerrilheiros abandonem as fardas, desmobilizem-se e liberem os sequestrados que o governo se comprometerá a dar garantias para que refaçam suas vidas;, disse Uribe, na entrevista coletiva. Mas ele não detalhou que garantias seriam essas.

A proposta de Uribe é apresentada logo depois do resgate de mais quatro militares que eram mantidos como reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Nos últimos dois dias, foram libertados o general Luis Mendieta, os coronéis Enrique Murillo e William Donato, além do sargento Arbey Delgado.

A cinco dias do segundo turno das eleições presidenciais, Uribe afirmou que as operações de resgate devem ser mantidas de forma contínua até que todos os reféns estejam em liberdade. ;É uma tarefa que se deve manter que é para resgatar os compatriotas que seguem sob poder dos guerrilheiros;, disse. Segundo ele, é um ;exercício humanitário;.

O presidedente afirmou que as operações de resgate foram intensificadas. A expectativa, de acordo com ele, é resgatar nos próximos dias três engenheiros que estão sob poder das Farc. Mas não estabeleceu prazo nem data exata.

Há três meses, o governo do Brasil cooperou no resgate de reféns das Farc ao enviar dois helicópteros para a Colômbia. Na ocasião foram libertados o cabo do Exército Pablo Emilio Moncayo e o soldado Josué Daniel Calvo Nuñez.

As Farc, criadas na década de 1960, afirmam que defendem a adoção do regime socialista na Colômbia. Porém, para especialistas, a guerrilha mantém o controle de parte do refino e da distribuição de cocaína na Colômbia.