O documento foi divulgado pelo relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o brasileiro Paulo Pinheiro, e pela representante para a América Central do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Carmen Villa Quintana.
Pela primeira vez em décadas, a delinquência ultrapassou o desemprego como "a principal preocupação" para a população dos países da América Latina, onde as autoridades não desenvolveram um trabalho "eficaz", indica o documento.
Os autores do informe advertem que as instituições do Estado "não desenvolveram as capacidades necessárias para responder de forma eficaz, mediante ações de prevenção e de repressão legítimas do crime e da violência".
A falta de atenção às vítimas da violência e do crime, a privatização dos serviços de segurança, a falta de profissionalismo e modernização das forças policiais, assim como a intervenção das forças armadas em tarefas de segurança cidadã são as maiores "debilidades" institucionais, segundo a CIDH.
Nas Américas, a taxa de homicídios alcançou nos últimos anos os 25,6 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto na Europa a taxa é de 8,9 homicídios, no Pacífico Ocidental de 3,4 e na Ásia Sul e Oriental, de 5,8.
Entretanto, "se a análise se voltar, apenas, para os setores de renda média e baixa da população, a taxa média de homicídios na região sobe para 27,5/100.000", enfatiza a CIDH.
A lista é encabeçada pelo Caribe, com 30 homicídios para cada 100 mil pessoas, seguida pela América do Sul, que conta com 26/100.000.