A menos de uma semana do segundo turno das eleições na Colômbia, as Forças Armadas do país anunciaram hoje (14) o quarto resgate, em menos de 48 horas, de reféns que eram mantidos sob poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Foram soltos um general, um coronel, um tenente-coronel e um sargento. Um deles, o tenente-coronel William Donato, foi localizado com uma corrente de ferro de três metros presa ao corpo.
As informações são da BBC Brasil. Também foram resgatados o general de polícia Luis Mendieta, o coronel Enrique Murillo e o sargento Arbey Delgado, que estavam em poder das Farc havia 12 anos. A chamada operação Camaleão foi considerada mais uma vitória do governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Os quatro oficiais resgatados pertenciam ao grupo de reféns considerados passíveis de troca em um eventual acordo humanitário que as Farc pretendiam negociar com o governo, em troca da libertação de guerrilheiros presos. Com o resgate, 19 oficiais, entre militares e policiais, ainda permanecem em poder da guerrilha.
O resgate dos quatro oficiais é visto como o golpe de sucesso contra a guerrilha, desde 2008, quando a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt foi retirada de um acampamento das Farc juntamente com outros 14 reféns.
Segundo analistas, a controvertida política de segurança foi responsável, depois de oito anos de governo, pelo enfraquecimento das guerrilhas em todo o país e o aumento da segurança nas grandes cidades colombianas. Paralelamente, a mesma política de segurança é interpretada pelos analistas como responsável por casos de violação de direitos humanos e execuções extrajudiciais.
A operação militar que resultou no resgate dos reféns vinha sendo preparada há meses. O local onde eles eram mantidos em cativeiro teria sido revelado por um guerrilheiro, que, ao ser ferido e capturado pelo Exército, decidiu desertar e deu as coordenadas da localização do acampamento guerrilheiro.
O Ministério da Defesa anunciou que há uma nova operação em andamento para resgatar outros três sequestrados pela guerrilha. Uribe determinou que os ataques contra as Farc continuem até o final de seu mandato, em 7 de agosto.