Os partidos de centro-direita conquistam, segundo as pesquisas de boca-de-urna, a maioria parlamentar na Eslováquia após as eleições legislativas deste sábado (12/6), enquanto o partido de esquerda no poder, Smer-SD, do primeiro-ministro Robert Fico, se impõe com 29,7% dos votos.
Sete partidos conquistaram mais de 5% dos votos para ingressar no Parlamento, indica a pesquisa do Instituto Focus.
O Smer-SD, dirigido por Fico, obtém 51 cadeiras das 150 do Parlamento unicameral, segundo as estimativas do Instituto Focus.
Com os votos de seus aliados nacionalistas do Partido Nacional Eslovaco (SNS), a coalizão liderada pelo Smer-SD só alcança 61 cadeiras. O terceiro partido que forma parte da coalizão do governo, o LS-HZDS do ex-primeiro-ministro populista Vladimir Meciar, não alcançou 5% dos votos necessários para ingressar no Parlamento, indica o instituto.
Os partidos da oposição de centro-direita obtêm no total 89 cadeiras, segundo a mesma pesquisa.
A União Democrática e Cristã Eslovaca (SDKU-DS), de Iveta Radicova, conquistou 18,1% dos votos (31 cadeiras) e os liberais de "Liberdade e Solidariedade (SaS), de Richard Sulik, obtiveram 11,6% (20 cadeiras), segundo a mesma fonte.
Outros três partidos da oposição ingressam no Parlamento: o KDH, com 9,1% (16 cadeiras), e duas formações que representam a importante minoria húngara: Most-Hid, com 6,7% (11), e SMK, com 6,3% (11), segundo o Focus.
"Uma mudança essencial ocorreu na Eslováquia que vai se manifestar em todos os setores da política", estimou o analista Grigorik Meseznikov, diretor do Instituto de Assuntos Públicos, interrogado pela AFP.
Se este resultado se confirmar, trata-se do "regresso ao caminho iniciado em 1998, que conduziu à adesão na União Europeia e na Otan, assim como reformas de fundo", declarou.
A coalizão do primeiro-ministro viu-se fragilizada antes das eleições pelas graves suspeitas de financiamento ilegal de seu partido e por uma controversa doação de 17 mil euros dos fundos de emergência do Estado a uma esportista local, no momento em que o país se recupera de inundações devastadoras.
Membro da UE desde 2004 e da zona do euro desde 2009, a Eslováquia beneficiou-se durante um tempo da reputação de "tigre da Europa central", graças às audazes reformas do então primeiro-ministro Mikulas Dzurinda (1998-2006).
Mas agora sofre os efeitos da crise econômica, apesar de sua dívida pública, de 40% do PIB, estar muito abaixo do limite de 60% fixado pelos critérios de Maastricht.
"O novo governo deverá começar a economizar. Estes últimos quatro anos demonstraram que Fico, Merciar e Slota não são capazes", escreveu neste sábado o jornal Sme.
Os partidos da oposição fizeram campanha pondo no topo a necessidade de frear o endividamento.
"Temos uma imensa oportunidade para mudar o rumo, para que a Eslováquia volte a ser um ;tigre da Europa;", declarou Radicova ao votar próximo a Bratislava.
Os resultados oficiais serão publicados neste domingo.