As autoridades americanas estimam que o vazamento de petróleo no Golfo do México seja mais que o dobro das cifras apontadas desde o afundamento da plataforma da BP, que na sexta-feira (4/6) anunciou que estuda cortar os pagamentos de dividendos a seus acionistas.
Cerca de 40 mil barris de petróleo - em torno de 6,4 milhões de litros ou 5.260 toneladas - estão sendo derramados diariamente no Golfo do México devido aos danos no poço da BP, segundo a estimativa de cientistas apresentada na quinta-feira (10) por Marcia McNutt, diretora do Instituto Geológico dos Estados Unidos, encarregada da equipe que avalia o nível do derramamento.
Essa medição foi realizada antes de a BP colocar, em 3 de junho, um funil destinado a conter o vazamento que causa a mancha de óleo. O cálculo anterior da equipe dava conta de um derramamento de 12 mil a 19 mil barris de petróleo diários.
O presidente Barack Obama criticou energicamente nesta semana o gigante de petróleo, afirmando desejar saber "de quem deveria chutar o traseiro" neste caso.
A rejeição em Washington da BP preocupa os líderes empresariais e a classe política de Londres, enquanto as ações da BP - parte da carteira de muitos fundos de pensão - caem devido à inquietação sobre o crescente custo da operação de limpeza no Golfo.
Os investidores temem que as críticas obriguem a BP a suspender o pagamento de dividendos, que representam uma fonte de sustento para milhões de aposentados detentores de ações do grupo, cuja cotação caiu cerca de 50% desde a explosão em 20 de abril da plataforma Deepwater Horizon, que deixou 11 operários mortos e derivou, dois dias depois, no naufrágio da estrutura de prospecção e a avaria do poço que deu início à catástrofe.
Nesse contexto, Obama convocou uma reunião para a próxima quarta-feira (16/6) na Casa Branca com o presidente do Conselho de Administração do grupo, Carl-Henric Svanberg, e outros líderes da companhia.