O governo norte-americano deu à companhia British Petroleum (BP) 72 horas para que apresente um plano detalhado sobre como deterá o vazamento no Golfo do México. O ultimato foi dado em uma carta enviada pelo contra-almirante da Guarda Costeira, James Watson, ao chefe de operações da BP, Doug Suttles. ;A BP deve apresentar seus planos relacionados a processos paralelos, contínuos e alternativos de recuperação de petróleo, incluindo um calendário, 72 horas depois da recepção deste comunicado;, destaca um trecho da carta, datada de terça-feira. No mesmo dia, ao refutar as críticas de que o governo não atuou de forma incisiva para combater a maior catástrofe ambiental já registrada no país, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que gostaria de saber ;a quem deve chutar o traseiro;.
Na carta a BP, governo também cobra da companhia um relato sobre as demandas apresentadas por pessoas ou empresas prejudicadas pelo vazamento do óleo. O encarregado norte-americano do controle de desastres, Thad Allen, pede à BP, no documento, ;informação detalhada; sobre esses processos, assim como os cálculos do pagamento de indenizações.
A medida foi tomada em meio a muitas críticas pela falta de informação sobre a quantidade de petróleo que está sendo recuperada e a que continua a fluir no oceano. Há dois dias, cientistas alertaram que grandes faixas de petróleo não se integram à maré preta que cobre a superfície de parte do Golfo do México e se mantém circulando no fundo do mar, uma situação que, alertaram, pode ser devastadora para o ecossistema submarino da região.
;Amostras de água retiradas da região e analisadas por especialistas mostraram extensas faixas de petróleo em profundidades entre 50 e 1.400 metros;, disse o oceanógrafo Yonggang Liu, da Universidade do Sul da Flórida (USF, na sigla em inglês). Segundo ele, ;esse petróleo em águas profundas é invisível para os satélites;.
Protesto
Ontem, durante audiência na Comissão de Energia do Senado norte-americano sobre o desastre ecológico, Diane Wilson, uma ativista e pescadora de camarão do Texas, entornou em si mesma um líquido preto, num protesto inusitado. Sentada em uma das fileiras disponíveis para o público, a militante se levantou um pouco depois da sessão começar, interrompendo o discurso da senadora republicana do Alasca, Lisa Murkowski, cujo estado é amplamente dependente do petróleo.