Brasília - A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta terça-feira (8/6) a criação de uma comissão especial para avaliar a possibilidade de reintegração de Honduras à entidade. O país está há quase um ano suspenso da organização em decorrência do golpe de Estado que depôs o presidente Manuel Zelaya e provocou uma crise institucional na região. A comissão de especialistas tem até o dia 31 de julho para concluir a análise sobre a situação política e jurídica em Honduras. A iniciativa foi definida durante a 40; Assembleia Geral da OEA, em Lima, no Peru.
Para o Brasil, o atual governo hondurenho tem de implementar algumas medidas antes de ser reintegrado à organização. ;A postura do Brasil é a mesma desde o golpe militar [contra Manuel Zelaya, em 28 de junho de 2009]. Devem ser dadas condições seguras para seu retorno ao país, onde ele deverá exercer seus direitos políticos. Para o Brasil, estes são elementos essenciais;, afirmou o secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, que chefia a delegação brasileira, segundo informou a BBC Brasil.
Para o governo brasileiro, o presidente de Honduras, Porfirio ;Pepe; Lobo, deve anistiar Zelaya e os correligionários dele, na mesma medida em que foram anistiados os que promoveram o golpe: integrantes das Forças Armadas, do Congresso Nacional e da Suprema Corte. Porém, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, defendeu, durante a sessão da OEA, que este ;é o momento; de Honduras ser reintegrada à entidade.
O Brasil lidera um grupo de países que faz uma série de exigências a Pepe Lobo. Neste grupo estão Venezuela, Equador, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. Já Nicarágua e Guatemala acompanham a posição dos Estados Unidos para que Honduras seja reintegrada imediatamente à OEA.
Zelaya atualmente vive na República Dominicana, mas espera por salvaguardas para poder retornar a Honduras. Antes de deixar Tegucigalpa (capital hondurenha), o presidente deposto passou cerca de 120 dias abrigado na Embaixada do Brasil em Honduras. Zelaya deixou o local depois da posse de Pepe Lobo, em janeiro.