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Lenda do jornalismo aposenta-se após declarações polêmicas sobre Israel

A veterana jornalista americana Helen Thomas, 89 anos, repórter da Casa Branca que cobriu todos os presidentes dos Estados Unidos desde John Kennedy a Barack Obama, aposentou-se nesta segunda-feira (7/6) em meio a uma polêmica envolvendo suas declarações sobre Israel.

Helen, filha de imigrantes libaneses, uma das primeiras mulheres a cobrir política nos Estados Unidos, finalizou sua carreira depois de pedir desculpas por ter dito no mês passado que Israel deveria "dar o fora da Palestina".

Seu lugar na primeira fileira do salão onde ocorrem as coletivas de imprensa promovidas pelo porta-voz da Casa Branca estava vazio nesta segunda-feira, enquanto ela própria se tornou uma lenda depois de meio século cobrindo presidentes e porta-vozes do governo americano.

A aposentadoria de Helen, a repórter mais velha na cobertura da Casa Branca, foi anunciada pela Hearst Corp., onde ela trabalhava como colunista de um jornal depois de passar a maior parte de sua carreira na United Press International (UPI). "Helen Thomas anunciou nesta segunda-feira que está se aposentando imediatamente", informou a Hearst News Service.

Helen passou o fim de semana no olho de um furacão político, por conta das afirmações sobre Israel feitas em 27 de maio, durante uma celebração judaica realizada na Casa Branca, que foram divulgadas posteriormente em um vídeo no YouTube.

Questionada pelo site RabbiLive.com se tinha algum "comentário sobre Israel", Helen respondeu: "diga a eles para darem o fora da Palestina". "Eles podem ir para casa, para a Polônia, Alemanha e Estados Unidos, qualquer outro lugar", disse.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, descreveu as afirmações como "ofensivas" e Helen divulgou um pedido de desculpas em seu site, HelenThomas.org. "Me arrependo profundamente de ter feito tais comentários na semana passada em relação aos israelenses e os palestinos", disse.

"Eles não refletem minhas crenças de que a paz só virá para o Oriente Médio quando todas as partes reconhecerem a necessidade de respeito mútuo e tolerância."