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Apagão em Buenos Aires durou quase 24 horas e governo promete rigor na investigação

Durante quase 24 horas, 75 mil pessoas de oito bairros de Buenos Aires viveram os transtornos provocados por um dos maiores apagões já registrados na Argentina.

Problema ainda não identificado em um cabo de alta tensão deixou às escuras os bairros de Caballito, Flores, Parque Chacabuco, Almagro, San Cristóbal, Boedo, Monte Castro e Balvanera, provocou o fechamento de 14 escolas, pane em mais de 320 semáforos que resultou em congestionamentos de trânsito e, durante a noite de ontem, levou o medo da ação de assaltantes aos bairros que ficaram às escuras.

O ministro do Planejamento da Argentina, Julio de Vido, disse que o apagão será alvo de uma ;profunda investigação; por parte do governo. Entre as hipóteses levantadas pelo ministro, uma ação criminosa não foi descartada. O apagão, para ele, é um "possível delito que pode ser sabotagem - interrupção de um serviço público ou agressão à segurança pública".

Durante o apagão, a Polícia Metropolitana de Buenos Aires ampliou o patrulhamento nas áreas atingidas e os hospitais ligaram os geradores de emergência. O Ministério da Justiça mobilizou cerca de 50 agentes de trânsito para colaborar com a organização do tráfego nas áreas onde os semáforos entraram em colapso.

O problema só começou a ser resolvido na manhã de hoje (4) pela Empresa Distribuidora Sul Sociedade Anônima (Edesur), uma das companhias surgidas na Argentina após as mudanças feitas pelo governo no setor elétrico entre os anos de 1991 e 1992, para permitir o ingresso de capital privado na operação do sistema energético do país.

Hoje de manhã, a porta-voz da Edesur, Alejandra Martinez, disse que 95% dos usuários de energia elétrica dos bairros atingidos pelo apagão já estavam com o serviço restabelecido. Segundo a empresa, o apagão em Buenos Aires foi provocado pela falha em um cabo de alta tensão que alimenta subestações de fornecimento de energia elétrica da capital.

Em maio de 2007, um apagão também provocou transtornos em Buenos Aires ao atingir quase toda a cidade. Uma queda brusca de temperatura levou a população a acionar simultaneamente aparelhos de aquecimento de água e do ar, provocando sobrecarga no sistema de abastecimento de energia.

Na época, o governo disse que investimentos estavam sendo feitos no setor, como, por exemplo, a ampliação da capacidade da usina hidrelétrica de Yaciretá, que a Argentina partilha com o Paraguai. Além disso, investimentos da iniciativa privada seriam utilizados para ampliar a geração de centrais térmicas.