O presidente colombiano, Alvaro Uribe, expressou esta quinta-feira confiança de que sua saída do poder ajude a melhorar as relações com a Venezuela, mas pediu a quem o suceder "não renunciar a reclamar pela presença de terroristas além das fronteiras".
"Temos que preservar a irmandade com o povo da Venezuela. Tenho causado problemas por ter feito uma mudança na política internacional. Por ter dito que não podem nos consolar dando tapinhas nas costas (...) Por ter reclamado que o terrorismo não pode se esconder em nenhum lugar", disse.
Durante cerimônia de aniversário do jornal La Opinión, na cidade de Cúcuta - na fronteira com a Venezuela -, o mandatário defendeu que sua saída da presidência "produza um novo ar nos governos estrangeiros para não afetar o direito dos cidadãos de fronteira".
"Isso sim, que tudo se restabeleça, mas há um ponto que não se pode restabelecer: o velho engano de crer que, para gerar complacências nas relações internacionais, não se podia reclamar contra a presença de terroristas da Colômbia além das fronteiras", acrescentou.
Uribe, que está no poder desde agosto de 2002, disse ser consciente de que "uma política internacional firme, que já não tenha a causa de animosidade que a minha presença gera, firme e prudente, pode ajudar a que se restabeleçam plenamente os direitos históricos dos cidadãos de fronteira", enfatizou.
"Preocupado de que a economia do vizinho vá mal", Uribe disse aspirar que "se restabeleça a capacidade aquisitiva do povo irmão da Venezuela".
"É muito difícil que um irmão prospere se o outro não prospera. Precisamos da prosperidade de todos", concluiu.
A Venezuela congelou as relações com a Colômbia em julho de 2009 devido a um acordo militar entre Bogotá e Washington que permite aos Estados Unidos o uso controlado de sete bases militares na Colômbia.
Como consequência, o comércio bilateral caiu 70% no primeiro trimestre de 2010.