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Milhares de pessoas rezam em Istambul pelas vítimas da flotilha de ajuda humanitária

Milhares de pessoas se reuniram nesta quinta-feira (3) em Istambul para rezar pelas vítimas do ataque israelense à flotilha de ajuda humanitária a Gaza, gritando palavras de apoio ao Hamas e de condenação a Israel. "Abaixo Israel! Israel é o anjo da morte", gritava a multidão reunida diante da mesquita Fatih, agitando bandeiras turcas e palestinas.

"Somos os soldados do Hamas", movimento islamita palestino que controla a Faixa de Gaza, gritavam. De acordo com o canal de televisão NTV, entre 15.000 e 20.000 pessoas estavam reunidas.

Oito turcos e um americano de origem turca morreram na segunda-feira no ataque dos comandos israelenses a um ;ferry; turco, o maior barco de uma flotilha de ajuda aos palestinos de Gaza.

Todas estas vítimas foram mortas a tiros, segundo os médicos legistas citados pela agência Antólia. "Louvado seja o seu sacrifício" eram as inscrições em uma enorme faixa com as cores palestinas, estendida próximo à mesquita.

Os caixões de oito vítimas estavam alinhados diante dos fiéis, cobertos por bandeiras palestinas e turcas, enquanto alguns imãs conduziam as orações. Uma das vítimas deverá ser enterrada em Istambul durante o dia e as outras em suas cidades natais. Outra cerimônia para a nona vítima está prevista para sexta-feira.

O ministro da Energia, Taner Yuldiz, o prefeito de Istambul e o cônsul geral do Irã estavam presentes, indicou um fotógrafo da AFP. O presidente turco Abdullah Gül, declarou nesta quinta-feira que "as relações entre Turquia e Israel nunca mais serão as mesmas", após essa intervenção do Exército israelense em alto mar.

A Turquia, que nos últimos anos mantinha estreitas relações com Israel, convocou seu embaixador em Tel Aviv.

Israel, que enfrenta uma avalanche de acusações, rejeitou nesta quinta-feira uma resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU que aprovou a realização de uma investigação internacional a respeito do ataque. Já o enviado americano ao Oriente Médio, George Mitchell, pediu nesta quinta-feira para que a comunidade internacional não deixe que a "tragédia" da flotilha humanitária aniquile os "progressos limitados, mas reais", das negociações de paz entre Israel e a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia.