Todos os estrangeiros detidos durante o ataque israelense à frota humanitária internacional que se dirigia à Faixa de Gaza serão expulsos de Israel, informou nesta terça-feira (1;/6) um comunicado da assessoria do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A maioria dos 650 ativistas da frota humanitária é formada por cidadãos turcos.
O ataque militar registrou nove mortos e numerosas reações de condenação em todo o mundo. Quarenta e oito ativistas e seis soldados israelenses ficaram feridos. O general Gabi Ashkenazi, comandante do Estado Maior israelense, visitou os militares agradecendo a todos: "cumpriram extraordinariamente a missão que lhes confiamos".
Já os organizadores da frota humanitária anunciaram que continuarão enviando barcos com ajuda para Gaza, apesar das advertências de Israel de que impedirá qualquer quebra do bloqueio imposto ao enclave palestino desde 2007. "Não permitiremos a chegada a Gaza de embarcações destinadas a abastecer o que se transformou em base terrorista que ameaça o coração de Israel", declarou nesta terça-feira (1;/6) vice-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnai.
Em reação ao ataque israelense, o presidente egípcio ordenou a reabertura da passagem fronteiriça de Rafah entre Gaza e Egito para aliviar as consequências do bloqueio israelense.
Situação inaceitável
O isolamento diplomático de Israel aumentava nesta terça-feira, com a chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, dizendo que a situação em Gaza é "inaceitável" e que não poderia continuar por mais tempo.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, considerou que "Israel não tinha direito" de atacar a frota: "pelas informações que temos, o ataque foi em águas internacionais, pelo que Israel não poderia fazer o que fez".
"Se os israelenses tivessem levado em conta meu apelo e o da comunidade internacional a levantar o bloqueio de Gaza, este trágico incidente não teria acontecido", declarou à AFP em Kampala o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, teve que encurtar uma visita ao Canadá para retornar logo a Israel, desistindo de um encontro com o presidente americano Barack Obama.
Ao mesmo tempo, a polícia elevou o nível de alerta para enfrentar eventuais "distúrbios" nas cidades de civilização árabe-israelense, depois do apelo da maior organização dessa comunidade a um dia de greve e manifestações.
O Conselho de Segurança da ONU pediu nesta terça-feira uma investigação imparcial do episódio, exigindo a libertação imediata dos civis detidos. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que Israel deve ser "punido" pelo "massacre sangrento" e advertiu o Estado hebreu sobre o risco de pôr à prova a paciência da Turquia.
Os organizadores do comboio dizem que os comandos abriram fogo de forma injustificada.
A imprensa de Israel atacou o que chamou de "fiasco" israelense. "Nestes tempos difíceis, não temos no país nem o primeiro-ministro, nem o ministro das Relações Exteriores; nem mesmo o gabinete, composto em maioria por lamentáveis e inúteis ministros", fulminou o jornal centrista Maariv.