Homens armados abriram fogo contra o hospital onde estavam internadas as vítimas dos ataques a duas mesquitas dos Ahmadis, deixando pelo menos quatro mortos nesta segunda-feira (31/5) à noite, segundo um médico.
Os homens abriram fogo no portão do Hospital Jinnag na cidade de Lahore, onde vítimas e um dos suspeitos do ataque de sexta-feira passada contra as mesquitas dos Ahmadis, uma seita muçulmana minoritária, estavam sendo tratados, explicou o médico.
"Eles começaram a atirar de forma indiscriminada na emergência e na unidade de tratamento intensivo", informou o médico Javed Akram.
A Polícia afirmou que pelo menos quatro pessoas - três policiais e uma mulher - morreram após o ataque no hospital.
Akram, que inicialmente confirmou a existência de 12 mortos, disse que pelo menos 30 Ahmadis feridos foram internados no hospital e um dos supostos agressores dos ataques de sexta-feira era tratado em um quarto isolado.
Patrulhas policiais chegaram ao local, mas os responsáveis pelos ataques fugiram rapidamente.
"A operação acabou", afirmou o oficial Shafiq Gujar. "Parece que os atacantes quiseram matar ou libertar o acusado".
Testemunhas contaram à AFP que ouviram disparos no hospital por pelo menos 15 minutos.
A agressão ocorreu três dias após ataques a duas mesquistas Ahmadi, que mataram 82 pessoas.
Foram os piores ataques no Paquistão desde um atentado suicida, que matou 101 pessoas no dia 1; de janeiro em um jogo de vôlei em Bannu, no limite da região afegã que Washington chama de quartel-general da Al-Qaeda.
Grupos de direitos humanos paquistaneses afirmam que a comunidade Ahmadi recebe ameaças a mais de um ano e autoridades atribuem os ataques a militantes islâmicos, que mataram mais de 3.370 pessoas nos últimos três anos.
Cidade de oito milhões de pessoas e considerada a capital cultural do Paquistão, Lahore sofre cada vez mais com a violência dos Talibãs e da Al-Qaeda, com 265 pessoas mortas em nove ataques desde março de 2009.
A comunidade Ahmadi foi fundada por Ghulam Ahmad, que nasceu em 1838, e tem visões diferentes das dos muçulmanos ortodoxos, considerando diversos profetas, entre eles o próprio Ahmad.
A violência religiosa no Paquistão, principalmente entre a maioria sunita e a minoria xiita, matou mais de 4.000 pessoas na última década.