O governo boliviano negou nesta quinta-feira (27/5) ter qualquer vínculo com o tráfico de drogas, como denunciou nesta quarta-feira o candidato à presidência brasileira José Serra.
"Este é um ponto de vista político, que não merece resposta. Não vamos dar atenção a isto", disse o vice-ministro da Defesa Social, Felipe Cáceres, encarregado de proteger a sociedade boliviana do tráfico de drogas.
Serra, candidato do PSDB à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o governo boliviano é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil.
O governo boliviano "faz corpo mole" ao deixar que "entre 80 e 90%" da cocaína que entra no Brasil venha da Bolívia.
A senadora do Movimento Ao Socialismo (MAS, governo) Martha Poma disse que as declarações de Serra "não representam a realidade dos fatos".
"Todos têm consciência de que nosso presidente (Evo Morales) não está envolvido na atividade criminosa do narcotráfico".
Já o parlamentar Carlos Alberto Sonnenschein (PPB-Convergência) afirmou que Serra fala a verdade, "porque o narcotráfico tem crescido na Bolívia nos últimos anos".
Evo Morales reforçou a presença militar na fronteira com Brasil e Paraguai, diante do grande número de narcotraficantes que operam na zona.
Bolívia, com 195 toneladas ao ano, é o terceiro produtor mundial de cocaína, depois de Colômbia e Peru, segundo relatório do governo dos Estados Unidos.