A Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira que a British Petroleum conseguiu deter o vazamento de óleo no Golfo do México depois de realizar uma complexa operação de selagem, advertindo, porém, que ainda é preciso esperar para ver se a tubulação continuará tendo estabilidade.
"Conseguiram estabilizar o fluxo e estão bombeando barro para dentro. Foi detida a saída de hidrocarbonetos", declarou o comandante da Guarda Costeira, Thed Allen, à rádio WWL First News.
Allen acrescentou que é muito cedo para declarar êxito da operação, mas houve avaliação positiva da última tentativa da BP de interromper a saída do petróleo que está causando uma catástrofe ecológica na costa americana.
A notícia chega um dia depois de três embarcações da BP começarem a bombear lodo em alta pressão na tubulação quebrada tendo como objetivo frear o fluxo de petróleo e gás, antes de selá-la com cimento. Essa operação nunca havia sido realizada a 1.500 metros de profundidade.
Allen explicou que a BP estava agora "observando e esperando para ver como a tubulação estabiliza-se", afirmou.
"Mas nesse ponto, já tiveram algum êxito durante a noite passada e, por isso, estão preparados para introduzir mais barro se for necessário. Todos se mostram prudentemente otimistas, mas ainda não podemos cantar vitória", concluiu Allen. "Temos que ser muito, muito prudentes".
Depois das últimas tentativas falhas de deter a mancha de óleo que contamina 160 km das costas de Louisiana, a BP viu-se alvo de fortes pressões do governo americano e da indignação das populações afetadas pelo desastre.
Por outro lado, um grupo de especialistas designados pelo governo americano anunciou na quinta-feira que o derramamento de petróleo no Golfo do México foi de 2 a 3 milhões de barris diários, quantidade três vezes maior que a estimada até agora.
A plataforma de petróleo Deepwater Horizon da BP afundou em alto mar em 20 de abril, depois da explosão de suas instalações, o que provocou a morte de 11 funcionários da empresa.
O governo investiga as circunstâncias do acidente que provocou um dos piores vazamentos de óleo registrados nos Estados Unidos.
Em resposta ao caso, o presidente americano, Barack Obama, que visitará a região na sexta-feira, decidiu prolongar a suspensão das perfurações petroleiras na costa do país por seis meses.
Obama também prorrogará os projetos de exploração de petróleo na costa do Alasca até que uma comissão entregue suas conclusões sobre o tema. Foi cancelada a primeira concessão de direitos de exploração petrolífera no Golfo do México e na costa de Virgínia em duas décadas, anunciou um assessor presidencial.
Essas decisões supõem uma mudança da política energética do governo americano, que no fim do mês de março tinha anunciado um controverso projeto para multiplicar as operações de extração em alto mar.
Diante das críticas dos defensores do meio ambiente, Washington justificou a decisão com a necessidade de reduzir a dependência energética em relação ao exterior.