O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, foi citado pela Procuradoria para depor como testemunha em um processo disciplinar por um escândalo de escutas e perseguições ilegais realizadas pelo serviço de inteligência (DAS), informou o organismo nesta quarta-feira.
Além de Uribe, foram chamados para depor o atual diretor do DAS, Felipe Muñoz, o presidente da Corte Suprema de Justiça, Jaime Arrubla, e o candidato à presidência Gustavo Petro, estes dois últimos supostas vítimas das escutas ilegais.
O procurador Alejandro Ordóñez afirmou que os citados deverão comparecer "nos próximos dias ou nas próximas semanas.
O depoimento de Uribe e dos demais convocados faz parte de uma investigação disciplinar realizada desde fevereiro contra o secretário da presidência, Bernardo Moreno.
A Procuradoria considera que Moreno, no cargo desde 2006, excedeu nas funções ao reunir-se com funcionários da inteligência para pedir informações confidenciais, atribuições que não fazem parte do cargo que ocupa.
Na última semana, Moreno foi citado pelo Ministério Público por esse mesmo caso, ainda que não tenha sido fixada nenhuma data para seu depoimento.
Vários ex-altos funcionários do DAS estão presos pelo escândalo das escutas ilegais, por fomação de quadrilha, prevaricação e abuso de autoridade.
O DAS está ligado diretamente à Presidência, que já solicitou sua eliminação, para criar em seu lugar uma nova central civil de inteligência, o que deve ser examinado pelo Parlamento.
Uribe negou reiteradamente que seu gabinete tenha ordenado as escutas, afirmando, inclusive, que também ele foi vítima de espionagem.