Três povoados indígenas do centro da Bolívia expressaram nesta quarta-feira em um comunicado sua rejeição à construção de uma rodovia que conta com financiamento do governo brasileiro, devido aos danos ambientais que a obra irá provocar.
Os indígenas dos povoados de Moxos, Yuracarés e Chimán afirmaram que não permitirão a construção da estrada entre Villa Tunari e San Ignacio de Moxos, de 306 km, e que conta com um financiamento aprovado pelo Brasil de 332 milhões de dólares.
"Resolvemos rejeitar contundente e inegociavelmente a construção da estrada Villa Tunari - San Ignacio de Moxos ou todo trajeto de rodovia que afete nosso território, nossa casa", afirmaram os três grupos indígenas.
As organizações dos povos indígenas, que somam cerca de 100 mil pessoas, disseram que o caminho que unirá os departamentos de Cochabamba e Beni "representa uma ameaça à vida dos povoados habitados por nós".
"A destruição do nosso território também é um atentado à humanidade em seu conjunto, porque agravará o aquecimento global", disseram os indígenas, exigindo que o presidente Evo Morales e os governos do mundo "sejam consequentes e coerentes com os direitos da mãe Terra".
Os indígenas anunciaram que realizarão protestos caso seus pedidos não sejam atendidos.