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Mais de 60 pessoas morrem na Jamaica na guerra contra as gangues

A capital da Jamaica, Kingston, estava em estado de sítio nesta terça-feira (25/5), no dia seguinte ao ataque contra o feudo de um barão da droga, em pleno centro da cidade, deixando 60 mortos pelo menos, a maior parte civis. Foram detidas 211 pessoas.

Tiros e explosões eram ouvidos em Tivoli Gardens, o refúgio do narcotraficante Christopher "Dudus" Coke, e por onde foram espalhadas barricadas após o anúncio da assinatura de um mandato de prisão, como parte de um processo de extradição para os Estados Unidos.

Dois caminhões levaram "cerca de 50" corpos ao necrotério no Hospital Público de Kingston, informou uma enfermeira à AFP, um número confirmado por um padioleiro.

[SAIBAMAIS]Um correspondente da AFP viu a chegada de um terceiro caminhão nos arredores do necrotério cheio de corpos com marcas de impacto de bala, incluindo um bebê. Outra enfermeira declarou que este terceiro caminhão transportava 12 cadáveres.

As forças de segurança posicionaram-se ao redor do hospital para evitar que membros das gangues entrassem no necrotério junto com os caminhões.

Até o momento, a polícia reconheceu a morte de 27 pessoas, a maioria civis, desde que lançou na segunda-feira um ataque ao feudo do narcotraficante.

Christopher Coke, 42 anos, é considerado o chefão do bando Shower Posse, a mais importante organização do tráfico de drogas e armas neste país de língua inglesa. É definido por Washington como um dos mais perigosos traficantes do planeta, mas reputado junto à população mais pobre como uma espécie de Robin Hood que resolve seus problemas.

Várias companhias aéreas anularam voos para a Jamaica e alguns países, como o Reino Unido e a Suíça, desaconselharam seus cidadãos a se dirigir a Kingston.