Os festejos do Bicentenário da Independência da Argentina terminaram nesta terça-feira (25/5) com um ato diante da sede do governo e na presença de presidentes da América Latina. Os cinco dias de comemorações levaram milhares de pessoas às ruas.
O amanhecer do dia foi recebido com fogos de artifício por uma multidão nos arredores do Cabildo (antiga administração colonial argentina), da Praça de Maio e na Avenida 9 de Julho, transformada em Passeio do Bicentenário, para lembrar a revolução que abriu caminho para a independência da colônia em 1816.
Depois de quatro dias de música, desfiles, comidas típicas e entretenimentos, a festa alcançará seu clímax na noite desta terça-feira com um desfile central com mais de 2.000 artistas, um espetáculo multimídia na fachada do Cabildo e dois espetáculos de fogos de artifício.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da festa, assim como Hugo Chávez (Venezuela), José Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Sebastián Piñera (Chile), Rafael Correa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai). O presidente deposto de Honduras, Manuel Zalaya, também estará presente.
"Esta é a Argentina real que aflora e não podem escondê-la, não podem tergiversar, não podem distorcer", disse a presidente Cristina Kirchner no final de um ato religioso na Basílica de Luján (70 km de Buenos Aires). Durante estes dias, "milhões de argentinos reafirmaram a fé na pátria", destacou.
Cristina liderou o tédeu em Luján, onde o arcebispo Agustín Radrizzani fez um chamado ao diálogo e à convivência política. "Devemos nos escutar com respeito e fortalecer o consenso sobre referências comuns e constantes, além dos partidarismos e interesses pessoais", disse Radrizzani na cerimônia, da qual participou o marido da presidente, Néstor Kirchner, e todo o gabinete de governo.
As disputas entre governo e oposição foram evidenciadas na noite de segunda-feira, na reabertura do Teatro Cólon, que ficou durante três anos e meio em reforma.
Cristina Kirchner recusou o convite para o evento de gala organizado pelo prefeito direitista de Buenos Aires, Mauricio Macri, que nos últimos dias intensificou as críticas ao governo federal.
Os festejos do Bicentenário foram marcados pela participação em massa da população, que acompanhou todas as atividades.
A música foi a grande atração. Gilberto Gil foi um dos destaques, além do cubano Pablo Milanés, da colombiana Totó La Momposina, do uruguaio Jaime Ross, dos bolivianos Los Kjarkas e dos chilenos Los Jaivas.
O rock nacional, o tango e o folclore também tiveram lugar, como na noite de segunda-feira, quando mais de um milhão de pessoas reuniram-se nas ruas, segundo veículos da imprensa local.