As famílias das vítimas do acidente do voo Air France AF447 Rio de Janeiro-Paris pediram a abertura, "o mais rápido possível", de uma nova fase de buscas, apesar do fracasso anunciado nesta terça-feira (25/5) da terceira tentativa, pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França.
"As famílias das vítimas seguem, um ano depois do acidente, tumultuadas entre os anúncios e os desmentidos. Uma grande confusão reina entre a Marinha nacional e o BEA", declarou Jean-Baptiste Audousset, presidente da associação de famílias das vítimas "Ajuda Mútua e Solidariedade".
"Pedimos uma transparência total e o lançamento, o mais rápido possível, de uma nova fase de buscas já que é impressionante que, após um ano, somente tenha sido encontrado 3% ou 4% do avião", acrescentou Audousset.
Segundo o francês, as famílias das vítimas pediram no dia 5 de novembro, durante um encontro com o secretário de Transportes, Dominique Bussereau, a presença de um representante das famílias nas buscas.
"Isto nos foi negado com o pretexto de que o BEA é o melhor do mundo, mas para nós segue sendo o fim de gozar da transparência que nos foi prometida pouco depois do acidente", explicou.
O fim das buscas, segundo Jean-Paul Troadec, presidente do BEA, ocorreu na segunda-feira. "O navio está a caminho do porto de Praia, em Cabo Verde. As equipes e os funcionários serão desmobilizados no dia 27 de maio", explicou Troadec nesta terça-feira.
"Decidimos fazer um balanço de todas as operações de busca, que começaram há praticamente um ano. Vamos reunir todos aqueles que se juntaram a nós. Será preciso pelo menos um mês ou dois para sermos capazes de fazer este balanço e eventualmente tomar a decisão de continuar as buscas", acrescentou, explicando que essa decisão cabe somente ao BEA.
No dia 1 de junho de 2009, o A330 da Air France que viajava entre o Rio de Janeiro e Paris caiu no Oceano Atlântico, deixando 228 mortos, por uma razão ainda desconhecida.