O presidente de Israel, Shimon Peres, desmentiu categoricamente nesta segunda-feira notícia publicada pelo jornal The Guardian, segundo a qual ele teria proposto a venda de armas nucleares à África do Sul em 1975, quando era ministro da Defesa e o país africano estava sob o regime do Apartheid.
"Não há nenhum fundamento real nas alegações do The Guardian, sobre negociações realizadas em 1975 armas", disse Peres em comunicado.
"Não existe nenhum documento ou assinatura israelense que comprove isso", acrescentou.
O jornal britânico The Guardian cita na edição desta segunda-feira informes sobre uma série de encontros secretos durante os quais Shimon Peres, então ministro da Defesa, ofereceu ao ministro africano P.W. Botha, "armas nucleares de três tamanhos diferentes".
O artigo foi escrito com base em "uma interpretação seletiva de documentos sul-africanos e não com base em fatos reais", explica Peres no comunicado.
Os documentos do país africano, com data de 31 de março de 1975 e marcados com o selo "confidencial", informam que a oferta de Peres respondia a uma solicitação de Botha com o objetivo de que Israel fornecesse ogivas ao seu país.
Durante as negociações, os responsáveis israelenses "ofereceram formalmente vender para a África do Sul alguns de seus mísseis nucleares Jericó", segundo o The Guardian.
Peres e Botha assinaram nessa ocasião um acordo sobre as relações militares e bilaterais incluindo uma cláusula segundo a qual "a existência desse acordo deveria permanecer secreta".