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Ahmadnejad informará à AIEA que aceita cláusulas do acordo Brasil-Turquia

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que seu país aceitava as cláusulas do acordo de troca de urânio feito com a Turquia e o Brasil e que informaria sobre isso a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"Vamos informar em breve à AIEA. Consideramos o acordo uma oportunidade para todos", destacou o líder iraniano na noite de sábado durante conversa por telefone com Erdogan, informou domingo a assessoria de imprensa de Erdogan.

Ahmedinejad afirmou considerar o acordo "o início de um novo enfoque e de um novo clima" para resolver a crise sobre seu controvertido programa nuclear, segundo o comunicado.

Erdogan, por sua vez, aconselhou ao presidente iraniano "aproveitar da melhor maneira possível esta oportunidade obtida depois de intensos esforços" diplomáticos, destaca o texto.

Brasil e Turquia foram mediadores de um acordo assinado na segunda-feira no qual o Irã comprometeu-se a fazer uma troca de parte de seu urânio por combustível enriquecido em território turco, mas os ocidentais demonstraram desconfiança, com Washington determinado a impor sanções a Teerã.

O Conselho de Segurança chegou a examinar na terça-feira um novo projeto de punições ao Irã por seu programa nuclear.

A agência oficial Irna havia indicado na sexta-feira que Teerã informaria nesta segunda-feira à AIEA, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, sobre sua decisão em relação ao acordo turco-brasileiro.

Ao lado disso, os Estados Unidos já conseguiram o apoio necessário para propor uma quarta rodada de sanções contra o Irã, ainda que as medidas, se aprovadas, segundo especialistas, causarão pouco impacto na economia da república islâmica e em seu programa nuclear.

Depois de meses de discussões, os Estados Unidos conseguiram convencer China e Rússia - além de França e Grã-Bretanha - a apoiar o projeto de imposição de um quarto pacote de punições ao Irã, analisado, no momento, pelo Conselho de Segurança da ONU.

Caberá, agora, aos cinco membros permanentes do Conselho persuadirem a pelo menos outros quatro membros do organismo para fazer aprovar o projeto de resolução para pressionar o Irã a frear suas atividades de enriquecimento de urânio.