A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou que seus psicólogos e psiquiatras atenderam cerca de 69.000 haitianos por traumas depois do terremoto de 12 de janeiro, que provocou cerca de 300.000 mortos e deixou 1,9 milhão de pessoas sem teto.
"Quatro meses depois do terremoto, muitos haitiano sentem ainda que a terra treme (...) Existe uma depressão coletiva por trás dos sorrisos que evocam a Porto Príncipe de antigamente. As pessoas sabem que o provisório será duradouro. Percebe-se um desânimo entre as pessoas que, no entanto, não se resignam", explica o relatório do dr. Maryvonne Bargues, psiquiatra da MSF.
"Mais de um milhão de pessoas continua vivendo em condições deploráveis, em barracas ou toldos de plástico, sem perspectivas claras para os próximos meses", destaca Stefano Zannini, chefe da missão da MSF no Haiti. "Enquanto isso, as chuvas se intensificaram e inundam os locais sinistrados várias vezes por semana".