Somente três dos 15 países que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU estão relutantes quanto a uma nova resolução contra o Irã por seu programa nuclear, o que significa a existência de maioria favorável a sanções, informou nesta quinta-feira o chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner.
"Existem três países que vão apresentar algumas reticências. Mas o texto não é definitivo, será debatido pelos membros não permanentes do Conselho de Segurança", afirmou o ministro depois de se reunir com sua colega dinamarquesa Lene Espersen.
Segundo uma fonte diplomática ocidental, os três países em questão são Líbano, onde a milícia xiita pró-iraniana Hezbollah faz parte do governo, Brasil e Turquia.
Brasil e Turquia fecharam um acordo com o Irã na segunda-feira, no qual Teerã comprometeu-se a entregar a Ancara 1.200 kg de urânio levemente enriquecido em troca de receber, em um prazo de um ano, 120 kg de urânio processado a 20% para um reator nuclear de pesquisa.
Na quarta-feira, Brasil e Turquia pediram ao Conselho de Segurança que evite adotar sanções contra o Irã, em uma carta conjunta assinada pelos chanceleres de ambos os países.
"É um texto bastante forte, que inclui sobretudo proibições sobre o armamento. A partir do início de junho, o texto será discutido, melhorado e, talvez, votado", completou Bernard Kouchner.
Para que a nova resolução contra o programa nuclear iraniano prospere, é necessária maioria de 9 dos 15 membros do Conselho de Segurança, sem que nenhum dos países permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã Bretanha) apresente veto.
Os cinco membros permanentes fecharam na terça-feira um acordo sobre o texto.