Jornal Correio Braziliense

Mundo

Londres reitera que não tem dúvidas sobre soberania britânica das Malvinas

O governo britânico reiterou nesta terça-feira (18/5) que "não tem dúvidas" sobre a soberania britânica nas ilhas Malvinas e descartou que possam ser realizadas negociações sobre esse assunto sem o pedido de seus habitantes, em resposta a um discurso da presidente da Argentina.

"O princípio de autodeterminação exposto na Carta das Nações Unidas se impõe. Não pode haver negociação sobre soberania a menos e até que os habitantes da ilha desejem", considerou o secretário de Estado para a América Latina, Jeremy Browne, em um comunicado divulgado em Londres.

O novo membro do Ministério das Relações Exteriores lembrou também que o Tratado de Lisboa "reafirma claramente" a posição da União Europeia de que as Malvinas "são um território de ultramar da Grã-Bretanha".

Browne divulgou esta declaração pouco depois de a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ter pedido ao governo britânico a retomada das negociações sobre a soberania das ilhas Malvinas em seu discurso na inauguração da cúpula entre União Europeia e América Latina de Madri.

"Queria pedir, em nome do meu país e dos países da América Latina, também ao Reino Unido, especialmente saudando seu novo primeiro-ministro: por favor, retomemos nossas negociações em relação à soberania das Ilhas Malvinas, assim como estabelece a resolução de 1965 das Nações Unidas e que ainda segue descumprida", disse Kirchner aos presentes, entre os quais estava o novo chefe da diplomacia britânica, William Hague.

[SAIBAMAIS]A Argentina reivindica por via diplomática a soberania das Malvinas, ocupadas pelo Reino Unido em 1833 e objeto de uma guerra entre ambos os países em 1982, que terminou com a vitória das tropas britânicas.

O secretário de Estado para a América Latina lembrou que, apesar das divergências acerca das Malvinas, Grã-Bretanha e Argentina têm "uma relação próxima e produtiva" em outros âmbitos como a economia, a luta contra as mudanças climáticas e contra a proliferação nuclear, além do desenvolvimento sustentável.