O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse que alguns governos não estão dispostos a acreditar em um acordo nuclear com o Irã porque acham que o país ;é Satã;. Segundo ele, essa é a causa do ceticismo que domina parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos. As informações são da BBC Brasil.
;O ceticismo não é daqueles [países] que são céticos, mas daqueles que não querem que haja acordo;, afirmou Garcia, que participa da 6; Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe, em Madri, na Espanha.
;A minha impressão é que determinados países esperam que as sanções mudem a situação interna do Irã. É uma hipótese profundamente equivocada;, acrescentou o assessor especial.
Para Garcia, não há problemas no fato de o Irã pretender manter o enriquecimento do urânio a 20% no seu território apesar do acordo. Segundo parte da comunidade internacional, isso causa desconfianças em relação ao cumprimento do acordo.
;Se as sanções fossem votadas, a Rússia iria votar uma sanção deste ;tamanhozinho; [disse ao gesticular com os dedos indicador e polegar quase juntos]. A China não fala, mas sabemos que iria também nessa direção;, disse o assessor, referindo a dois dos cinco integrantes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas ; integrado também pelos Estados Unidos, pela França e Inglaterra.
O assessor da Presidência disse que o acordo fechado com a mediação do Brasil é apenas o primeiro passo para alcançar um consenso internacional e que não há a sensação de que o assunto está completamente solucionado.
Segundo Garcia, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, entendeu que o Brasil e a Turquia apresentaram "uma oportunidade; para que o Irã saísse do isolamento por meio de "interlocutores que não estavam lá para satanizá-los".
De acordo com ele, o governo do Brasil desempenhou "um trabalho fantástico". ;[Mas] todo mundo tem que entender que o conflito não está resolvido;.