O ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, chegou nesta sexta-feira (14/5) a Manágua, capital da Nicarágua, para apresentar ao presidente Daniel Ortega um "plano de reconciliação nacional" que permitiria a reinserção de seu país na comunidade internacional.
Zelaya foi vítima de um golpe de Estado, em 28 de junho do ano passado, por ordem da Justiça e do Congresso hondurenhos, que consideraram "gravíssima" a decisão unilateral que ele tomou de convocar uma assembleia constituinte para modificar cláusula da Constituição que possibilitaria a reeleição presidencial.
Desde então, Honduras enfrenta uma série de crises políticas que não foram resolvidas com o pleito de janeiro de 2010 que elegeu Porfírio Lobo. Parte da comunidade internacional não reconheceu a legitimidade de seu governo, principalmente entre países sul-americanos.
Segundo Ortega, após "o golpe em Honduras houve uma brutal ruptura da ordem institucional que precisa ser restabelecida. É preciso que seja aberta a possibilidade de retorno do ex-presidente Zelaya ao seu país, com plenos direitos políticos, humanos e sociais".
Ortega acredita que Honduras somente poderá normalizar suas relações com os países do continente após o retorno de Zelaya. O Brasil é um dos países que não reconhece o governo de Porfírio Lobo.
Conforme a agência de informações do governo nicaraguense, o presidente Daniel Ortega disse que o plano de reconciliação proposto por Zelaya será apresentado em diferentes foros internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o Grupo do Rio, entre outros.
Ortega afirmou que as eleições que levaram Porfírio Lobo ao poder foram realizadas sob um "clima de terror produzido pelo golpe que depôs Zelaya". O presidente da Nicarágua disse que vem fazendo todos os esforços para que Zelaya possa retornar a Honduras em segurança, retomando suas atividades políticas. "Há gente interessada em assassinar o ex-presidente".
O presidente da Nicarágua se comprometeu a conversar pessoalmente com Porfírio Lobo e com o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, para explicar o plano de Zelaya. Os detalhes do plano de reconciliação para Honduras apresentado por Manuel Zelaya ao presidente Daniel Ortega não foram divulgados.