O estado do Arizona, cuja lei migratória causou controvérsia nos Estados Unidos, aprovou na terça-feira à noite uma lei que proíbe que as escolas tenham matérias que abordem o tema do papel das minorias étnicas na história e na cultura americana.
A norma tem como objetivo tornar ilegais os programas escolares em vigor na região de Tucson, que segundo o texto alimentam um "chauvinismo étnico destrutivo", de acordo com o responsável pela Secretaria de Educação do estado, Tom Horne.
Os diretores das escolas de Tucson asseguram que os programas tinham somente a intenção de sensibilizar os alunos sobre o papel das minorias em acontecimentos históricos como a Guerra do Vietnã ou para dar cursos de literatura latino-americana.
O texto assinado pela governadora do Arizona, Jan Brewer, proíbe que as escolas do estado tenham programas que fomentem a "derrubada do governo americano, o ressentimento em relação a um grupo étnico" ou que tenham sido elaborados por um grupo étnico em particular.
A lei foi aprovada apesar das críticas feitas por um grupo de especialistas em direitos humanos da ONU.
Em comunicado publicado algumas horas antes da assinatura da lei, os especialistas afirmaram que o texto infringe "o direito de cada um de ter acesso a sua própria herança cultural ou linguística".
"Cada um tem direito de adquirir um conhecimento cultural e aprender a entender sua própria cultura e a dos outros, através da educação e da formação", declarou o grupo de especialistas.
Brewer já tinha provocado protestos ao assinar em 23 de abril uma lei migratória fortemente repressiva que autoriza a polícia a abordar pessoas e exigir seus documentos migratórios com base em "dúvidas razoáveis".
O Arizona, um dos quatro estados americanos que tem fronteira com o México, tornou-se nos últimos anos um dos principais pontos de entrada de imigrantes ilegais desse país.