O novo primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu nesta quarta-feira uma "liderança forte e estável" no futuro, ao apresentar as principais linhas do programa de governo de sua histórica coalizão de centro-direita com os liberais-democratas de Nick Clegg.
"Será uma administração unida por trás de um propósito essencial que é dar a nosso país uma liderança forte, estável e decidida que necessitamos para o longo prazo", declarou Cameron em uma coletiva de imprensa animada da qual também participou Clegg, seu vice-premier, nos jardins de Downing Street.
Depois de cinco dias de árduas e intensas negociações, os dois partidos alcançaram na terça-feira esse acordo de coalizão, que colocou fim à incerteza provocada pelas eleições gerais vencidas pelos conservadores, que não obtiveram a maioria necessária para formar um governo imediatamente.
[SAIBAMAIS]"Temos uma agenda e uma determinação comum para abordar os desafios do Reino Unido", completou Cameron, afirmando que tanto ele como Clegg estavam decididos a "fazer essa coalizão funcionar" pelo bem do país.
Entre os desafios que deverão ser enfrentados por este governo, que segundo Cameron prossupõe "uma mudança sísmica" no panorama político britânico, está a luta contra o déficit, a defesa da segurança nacional e a reforma de um sistema político deslegitimado por escândalos.
"Entendemos que esses problemas não poderão ser solucionados da noite para o dia", afirmou o mais jovem primeiro-ministro britânico desde 1812, citando a "espantosa herança econômica" que terá de enfrentar.
"Mas trabalhando juntos sabemos que podemos conduzir o país (...) para um futuro melhor", afirmou o sucessor do trabalhista Gordon Brown, anunciando o início de "uma nova política".
Clegg, que dividiu o protagonismo com o primeiro-ministro, também se mostrou convencido de que essa coalizão, inédita no Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial, vai durar.
"Somos partidos diferentes, com muitas ideias diferentes" mas "este governo durará porque apesar essas diferenças, estamos unidos por um objetivo no trabalho que queremos fazer nos próximos cinco anos, declarou o novo vice-premier, terceiro nas eleições, e que teve que fazer concessões para entrar no governo.