Os diretores da gigante petroleira British Petroleum (BP) e de outras empresas responsáveis pela plataforma Deepwater Horizon, que afundou no Golfo do México, preparam-se para se acusar mutuamente, nesta terça-feira, ante o Congresso, pela maré negra resultante do acidente.
O presidente da BP America, Lamar McKay, garante nas suas notas preparatórias para a intervenção na Comissão de Energia e Recursos Naturais do Senado que vai trabalhar "sem descanso" até que o vazamento de petróleo esteja "sob controle".
Os engenheiros da empresa fracassaram, até agora, em deter o derramamento, a 1,5 mil metros de profundidade no oceano, de cerca de 800 mil litros de óleo por dia desde que a plataforma explodiu no dia 20 de abril e afundou dois dias depois.
"Não pouparemos esforços" para limitar os danos econômicos e ambientais desta maré negra, assegura McKay. A mancha já custou 350 milhões de dólares a BP, e a soma pode atingir a casa dos bilhões.
A investigação interna realizada por uma equipe de 40 pessoas "não chegou a nenhuma conclusão" sobre as causas do acidente, segundo as observações de McKay. Entretanto, a direção da BP canaliza suas suspeitas ao proprietário da plataforma Transocean Limited, destacando que ele era responsável por uma peça crucial dos equipamentos que não funcionou antes da explosão e impediu a retomada do controle do poço.
"Os sistemas são feitos para resistir a acidentes. Lamentavelmente, por razões que não compreendemos, a plataforma não estava pronta. O mecanismo da Transocean para impedir explosões não funcionou", declarou.
O presidente da Transocean, Steven Newman, informou em sua defesa que questionar o funcionamento dessa válvula de 450 toneladas "não tem o menor sentido", e destaca que "todos os projetos de produção de petróleo no mar são, do princípio ao fim, responsabilidade de quem explora", no caso a BP.