Sem apoio de parte da comunidade internacional, o presidente de Honduras, Porfirio ;Pepe; Lobo, confirmou nesta segunda-feira (10/5) que participará apenas do último dia da reunião da 6; Cúpula América Latina, Caribe e União Europeia. Pepe Lobo estará em Madri, na Espanha, dia 19. Um dia antes, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa participam das discussões.
Diplomatas que acompanham as negociações entre União Europeia, América Latina e Caribe afirmaram que o desencontro de agendas foi proposital. A iniciativa ocorreu depois que Lula, Chávez, Morales e Correa ameaçaram, durante a reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), não participar das discussões em Madri, caso Pepe Lobo estivesse presente.
Honduras está suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA), mas tenta sua reintegração. Também há esforços por parte de Pepe Lobo para ser aceito pelos demais governos dos países latino-americanos. O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, articula a aproximação.
Mas para o governo brasileiro, a vitória de Pepe Lobo nas eleições de novembro de 2009 não é considerada legítima, porque ocorreu em meio a um ambiente de golpe de Estado. Em 28 de junho do ano passado, o então presidente Manuel Zelaya foi deposto por uma ação conjunta de integrantes da Suprema Corte, do Congresso Nacional e das Forças Armadas.
No lugar de Zelaya, assumiu o congressista Roberto Micheletti. Em seguida, houve as eleições que levaram à vitória de Pepe Lobo. Recentemente o governo Lobo instaurou a Comissão da Verdade para apurar o que ocorreu durante o golpe. No entanto, o presidente Lula defende que seja concedida anistia a Zelaya e seus correligionários, assim como garantido o direito de ele retornar a Honduras.
Zelaya vive em San José, capital da Costa Rica. Antes de sair de Honduras, o presidente deposto passou cerca de quatro meses abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa (capital de Honduras). No local, ele ficou acompanhado pela mulher e um grupo de correligionários. O presidente deposto só deixou a embaixada depois de assegurado que ele nem sua mulher e seus correligionários seriam presos.