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Conservadores e liberais-democratas otimistas sobre eventual acordo

Conservadores e liberais-democratas manifestaram otimismo nesta segunda-feira (10/5) sobre um eventual acordo para a formação de um governo estável, o que acabaria com a crise política provocada pela eleição na quinta-feira do primeiro Parlamento da Grã-Bretanha sem maioria absoluta em 36 anos.

O conservador William Hague se declarou "otimista para fazer progressos em breve", antes de uma reunião entre os negociadores dos dois partidos nesta segunda-feira em Londres. "As conversações vão bem e agora nos reunimos para discutir algumas ideias e propostas específicas", completou, sem revelar mais detalhes.

O líder liberal-democrata, Nick Clegg, afirmou à imprensa que os partidos trabalham "dia e noite para alcançar um acordo o mais rápido possível".

"Não acredito que um longo período de incerteza seja bom. Este é o motivo pelo qual queremos chegar a uma decisão o mais rápido possível", declarou Clegg, líder da terceira força do Parlamento, que com 57 deputados pode ter a chave do futuro governo. "Melhor tomar a decisão correta do que obter algo que não supere o teste do tempo", advertiu logo em seguida.

Após quase seis horas de reunião no domingo, os negociadores retomarão as discussões nesta segunda-feira, três dias depois do líder conservador David Cameron - vencedor das eleições, mas sem o número de deputados suficientes para tirar o primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown de Downing Street -, ter proposto a Clegg um pacto "global" para a formação de um governo estável. Os ;Tories; sonhavam inicialmente com um acordo antes da abertura dos mercados financeiros nesta segunda-feira, para evitar um impacto negativo da incerteza política.

Justamente para tranquilizar os mercados, conservadores e ;lib-dem; decidiram no domingo que qualquer acordo terá como tema central a estabilidade econômica e a redução do colossal déficit público britânico, que aumentou 163 bilhões de libras (250 bilhões de dólares) no último ano fiscal, ou o equivalente a quase 12% do PIB.

O ministro das Finanças, o trabalhista Alistair Darling, afirmou nesta segunda-feira que para a frágil economia britânica "não seria bom deixar o processo se alongar".

No caso de um acordo, o primeiro-ministro Gordon Brown, que ficou em segundo nas eleições e permanece no poder à espera de um possível fracasso nas negociações para tentar formar o próprio governo com Clegg, terá que deixar Downing Street.