Enquanto a Europa lembra o 65; aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha inaugura um museu em Berlim dedicado aos crimes nazistas, próximo ao monumento construído em homenagem aos judeus europeus assassinados, inaugurado há cinco anos.
O museu "Topografia do Terror", está localizado nos números 8 e 9 da Prinz Albrecht Strasse, o lugar onde ficava o quartel general da Gestapo, a polícia secreta nazista, e da SS.
Em torno de 15 mil pessoas, inimigos reais ou imaginários do Führer, foram presos entre 1933, data em que Hitler subiu ao poder, e o fim da guerra, em 1945.
Depois da guerra, o que restava dos edifícios foi demolido e no lugar permaneceu um terreno baldio, ao lado do Muro de Berlim, até a reunificação alemã há 20 anos.
"Queremos que a História seja visível", afirmou o diretor do novo museu, o rabino e historiador Andreas Nachama.
"A ;Topografia do Terror; não é um memorial, mas um lugar onde podemos aprender, um lugar associado aos culpados", completou.
O novo museu, que custou 23 milhões de euros, substitui uma exposição temporária que atraía meio milhão de visitantes por ano.
Construído sobre os antigos sótãos da Gestapo - único vestígio dos edifícios originais -, o museu de dois andares, em vidro e aço, dá a impressão de estar flutuando sobre o chão.
Nas paredes há fotos de líderes nazistas, de pessoas presas pela Gestapo, assim como de execuções, e placas que tentam explicar os esforços feitos no pós-guerra para julgar os culpados.
A cerca de 100 metros do museu, encontra-se o monumento aos judeus assassinados na Europa, inaugurado há exatamente cinco anos.
O monumento, cujos 2.700 cubos de concreto cobrem uma superfície equivalente a um estádio de futebol, conta com uma exposição subterrânea que recebeu mais de 2,3 milhões de visitantes desde 2005, segundo seu diretor, Uwe Neum;rker.
O lugar está entre as dez principais atrações turísticas de Berlim, segundo o Escritório de Turismo da cidade.
"Sempre pensamos que era algo que devia ser construído, mas não imaginávamos que teríamos tanto êxito", afirmou Lea Rosh, uma jornalista vinculada ao projeto desde o início.
"Não existem crimes comparáveis na história da humanidade. Mas nenhum país do mundo documentou seus crimes de forma tão exaustiva como a Alemanha", completou.