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Pesquisador prevê novas medidas de segurança na exploração de petróleo após acidente no México

Brasília - O vazamento de petróleo ocorrido no Golfo do México há duas semanas deverá reabrir a discussão sobre a segurança da exploração de óleo em águas profundas em todo o mundo. Para o pesquisador Moacyr Duarte, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), é preciso que as empresas que participam desse tipo de atividade tornem públicas as condições de segurança que adotam, e invistam em mão de obra especializada nos países que não têm condições de se preparar para possíveis acidentes.

Duarte, que é coordenador do Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental da Coppe, disse que o risco de acontecer um vazamento como este existe em todos os lugares do mundo, mas o Brasil estaria preparado para reagir e minimizar as consequências ambientais se algo parecido acontecesse durante a exploração do petróleo na plataforma continental brasileira. Para ele, o Brasil está entre os países que têm maior capacidade de reação a um possível acidente.

[SAIBAMAIS]O pesquisador lembra que a Petrobras tem competência tecnológica e experiência em exploração de petróleo em águas profundas, inclusive explorando poços bem mais profundos do que o que vazou no Golfo do México, que está a 1,5 mil metros de profundidade. ;A gente teria capacidade de reação, de mobilização de recursos federais, de captar ajuda internacional;, disse o pesquisador.

O que preocupa o especialista é a possibilidade de um vazamento dessa amplitude acontecer em um país com pouca estrutura para conter os danos. ;Por exemplo, em Angola existe esse tipo de exploração e, se ocorresse um acidente dessa natureza, a capacidade do Estado de reagir, em termos de disponibilidade técnica, de equipamento, de organização, seria bem diferente;, avalia Duarte.

Da mesma forma que acontece em outros tipos de tragédias tecnológicas, como acidentes aéreos, após o acidente no Golfo do México devem ser feitas novas recomendações de segurança, previu Duarte.

A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá divulgar um posicionamento oficial sobre o assunto, mas garantiu que todas as medidas de segurança que o empreendimento exige estão sendo tomadas.