Os Estados Unidos valorizam o papel de Brasil, Turquia e outros países nas negociações com o Irã sobre seu programa nuclear, informou nesta terça-feira (4/5) o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley.
"Reconhecemos o valor e a importância de vários países negociarem com o Irã. Acredito que todos enviamos a mesma mensagem: que o Irã deve responder às inquietações da comunidade internacional", disse Crowley a jornalistas.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, e sua colega americana, Hillary Clinton, encontraram-se na segunda-feira na sede da ONU em Nova York paralelamente à reunião sobre a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
[SAIBAMAIS]Nesse encontro de 20 minutos, Amorim "colocou a secretária de Estado em dia sobre sua recente viagem a Teerã, sobre o que disse aos iranianos e como percebeu a resposta deles", disse Crowley, que participou do encontro. "Ainda pode haver uma diferença de opinião (entre Brasil e EUA) quanto a onde estamos nesse processo", reconheceu o porta-voz.
Brasil e Turquia, dois dos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, opõem-se à aplicação de sanções contra o Irã defendidas por quatro dos cinco membros permanentes dessa instância (EUA, França, Reino Unido e Rússia).
O Brasil apoia o enfoque diplomático nas negociações com o Irã, acusado por Estados Unidos e outros países de querer obter a bomba atômica. Amorim afirmou à imprensa na segunda-feira que é necessário criar confiança entre o Irã e o Ocidente. "Desejamos que esses esforços de Turquia, Brasil e outros países tenham sucesso", disse Crowley.
Mas os Estados Unidos são "crescentemente céticos diante da possibilidade de os iranianos mudarem sua posição se não houver um gesto forte e significativo da comunidade internacional", completou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará Teerã nos dias 16 e 17 de maio.