O governo brasileiro acredita que Honduras precisa de uma reconciliação nacional e e para que isso ocorra é necessário que o ex-presidente Manuel Zelaya volte ao país e possa ser reintegrado à vida política, sem que haja nenhuma condição prévia.
A informação é do assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, durante conversa com jornalistas, em Buenos Aires. Garcia acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião de cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que termina nesta terça-feira (4/5) na capital argentina.
Segundo Garcia, a posição do Brasil em relação ao retorno de Zelaya a Honduras é compartilhada por praticamente todos os países da América Latina e também pelos Estados Unidos, que estão se mostrando mais flexíveis em relação ao país.
;Eu soube que os Estados Unidos afirmaram que o retorno de Honduras à Organização dos Estados Americanos depende apenas de uma decisão unânime dos demais países do órgão.;
Garcia afirmou que o ex-presidente Zelaya é uma referência política em Honduras ;e nós achamos que ele pode ser muito útil à democracia em seu país;.
Manuel Zelaya foi deposto em junho do ano passado, com base em relatório de uma comissão parlamentar. Segundo o documento, ele havia violado o ordenamento jurídico do país ao realizar uma consulta popular para a eventual instalação de uma Assembleia Constituinte, o que não ocorreu.
Zelaya foi preso por militares e levado para a Costa Rica, afirmando ter sido vítima de um golpe de Estado. O presidente do Congresso, Roberto Michelleti, assumiu o governo. Uma nova eleição, em novembro, escolheu Porfírio Lobo o novo presidente hondurenho.