O ex-presidente argentino Néstor Kirchner ficou a um passo de ser nomeado secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), após os ministros das Relações Exteriores do bloco concordarem com seu nome, anunciou nesta segunda-feira (3/5) o chanceler equatoriano.
"Tomamos a decisão, os ministros das Relações Exteriores e chefes de delegação, de propor ao Conselho de Chefes de Estado (da Unasul) a nomeação de Kirchner", informou o ministro Ricardo Patiño em uma breve declaração à imprensa, sem responder perguntas.
A decisão, adotada durante uma reunião em Campana (70 km ao norte de Buenos Aires), deixou o caminho livre para o marido da presidente argentina, Cristina Kirchner, assumir o cargo no bloco sul-americano.
Os governos da Venezuela e Chile anunciaram publicamente seu apoio ao atual deputado da governista Frente para a Vitória.
Já o chanceler do Paraguai, Luis Almagro, disse: "Nem voto, nem veto" a indicação de Kirchner, ao confirmar a abstenção de seu país, momentos depois do anúncio.
A nomeação de Kirchner foi frustrada em 2008 pelo veto do Uruguai, durante um conflito bilateral gerado pela instalação de uma fábrica de celulose na fronteira fluvial comum.
A candidatura de Kirchner foi travada pelo então presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez (2005-2010), infeliz com a postura do governo frente ao bloqueio de mais de três anos de uma ponte entre ambas as nações por ambientalistas contra o funcionamento da fábrica.
A situação sofreu uma mudança com a melhora das relações bilaterais, após a posse do presidente uruguaio, José Mujica.