Um carro-bomba, que poderia ter causado "uma grande tragédia" foi encontrado na noite de sábado em plena Times Square em Nova York, tendo sido neutralizado sem causar vítimas ou danos materiais, anunciou neste domingo o prefeito da cidade, Michael Bloomberg.
O presidente Barack Obama foi informado às 22H45, hora local, de sábado e aplaudiu a reação rápida da polícia de Nova York.
"Tivemos muita sorte (...) de ter conseguido evitar o que poderia ter sido uma catástrofe", declarou o prefeito durante entrevista à imprensa.
A polícia chegou a evacuar a Times Square, que registrava uma alta frequência na noite de sábado, após ter sido alertada da presença do veículo suspeito.
Não chegou a haver explosão e ninguém ficou ferido.
O carro foi estacionado na intersecção das avenidas 45a e 7a. A polícia isolou as ruas adjacentes, particularmente procuradas por turistas e amantes de teatro, perto da Broadway.
"A brigada de desativação de minas confirmou que o veículo suspeito continha um artefato explosivo", acrescentou o prefeito.
O governador do Estado de Nova York, David Paterson, qualificou a ação de "ato terrorista" e prometeu punir os culpados.
"Felizmente, ninguém ficou ferido e agora a cidade, o Estado e a polícia federal vão se mobilizar para levar ante a justiça aquele ou aqueles responsáveis pela ação", escreveu o governador em nota, após agradecer aos que ajudaram a descobrir o veículo.
Um vendedor de T-shirts, camisetas, que passava pelo local viu a fumaça e sentiu um odor de pólvora, tendo prevenido a polícia que isolou as ruas próximas.
O ambulante, um ex-combatente do Vietnã, deu o alerta por volta das 18H30, hora local, (19H30 de Brasília).
O chefe de polícia de Nova York, Raymond Kelly, precisou que o veículo, estacionado num dos mais famosos bairros de Manhattan, continha três bujões de propano, dois galões de 19 litros de gasolina cada, fios elétricos e fogos de artifício.
A polícia dispõe de um telefone vermelho para receber quaisquer informações ligadas ao episódio, enquanto analisa as imagens gravadas por câmaras de segurança, numerosas na região.
Raymond Kelly informou que o veículo, um todo-terreno Pathfinder Nissan verde escuro com vidros pintados, tinha uma placa clonada e havia sido dirigido pouco antes do incidente. "A intenção era a de provocar um incêndio de grandes proporções", declarou.
"A polícia especializada o examina parta tentar encontrar traços de DNA e impressões digitais", acrescentou.
A precedente tentativa de atentado em solo americano remonta ao Natal de 2009, quando um jovem nigeriano tentou fazer explodir um avião de carreira entre Amsterdã e Detroit com um artefato escondido na cueca.
No dia 11 de setembro de 2001, cerca de 3.000 pessoas morreram nos atentados contra as torres do World Trade Center em Manhattan assumidos pela rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden.
"Quando nos deparamos com um terrorista, ele tem sempre um mapa de Nova York no bolso", declarou o prefeito da cidade, pedindo aos moradores para se manterem vigilantes, sem deixar de sair de casa e de aproveitar o "bom tempo" deste domingo.
Em fevereiro, um imigrante afegão e partidário da Al-Qaeda, de 25 anos, Najibullah Zazi, havia sido acusado de tentativa de atentado contra o metrô de Nova York, em setembro passado. Foi considerado culpado e pode pegar prisão perpétua.
As autoridades também indiciaram por terrorismo, em março, uma americana de 46 anos, loura de olhos azuis, "jihadJane", que ofereceu seus serviços para assassinar um chargista sueco.