Depois de receber críticas de diferentes setores do país, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu visitar a região do Golfo do México, afetada por um vazamento de petróleo que causou alarme em três estados americanos. A viagem de Obama deve ocorrer hoje, 11 dias após a ruptura de um poço de petróleo da empresa britânica BP, que provocou o vazamento de milhões de litros de óleo ; pesquisadores indicam que são cerca de cinco mil barris (quase 800 mil litros) por dia. O jornal The New York Times considerou ontem ;simplista; o fato de a administração Obama acusar somente a empresa britânica, e destacou que ;o governo federal também teve chance de atuar mais rápido, mas não o fez, enquanto esperava uma decisão da BP para (conter) o avanço do vazamento;.
Para recuperar o tempo perdido, outra medida de Obama anunciada ontem se refere à paralisação de novos projetos para a exploração de petróleo na região. A produção foi suspensa em duas plataformas no Golfo do México, e outra foi evacuada por precaução. Segundo o assessor da Casa Branca David Axelrod, Obama determinou que ;nenhuma nova perfuração seria autorizada até que tenha sido determinado o que ocorreu; e se saiba se se trata de ;um fato excepcional ou de algo que poderia ter sido evitado;. Obama enviou oficiais federais para a região e pediu um relatório ao Secretário de Interior, Ken Salazar, sobre as causas da explosão na plataforma. O departamento de Justiça pedirá também uma investigação criminal. Os novos contratos ficarão suspensos por 30 dias, tempo previsto para a análise das causas do acidente.
O vazamento é cinco vezes maior do que o previsto e foi considerado catástrofe nacional nos EUA. Os estados do Alabama, Louisiania e Flórida declararam estado de emergência, alegando que o acidente é uma séria ameaça ao ambiente e à economia. A extensa mancha de óleo ameaça a exploração de peixes e camarões na região, assim como a vida silvestre ; lontras, pelicanos e outros pássaros que passam pelo vazamento. O serviço de proteção ambiental do país tenta proteger as espécies ameaçadas, mas teme que o episódio seja o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
Até o momento, uma lona gigantesca foi montada no oceano para conter o avanço da mancha de petróleo, arrastada pelos fortes ventos, mas o esforço tem se mostrado insuficiente. Obama prometeu ;usar todo e qualquer recurso disponível; e mobilizou os militares. O governo pressiona ainda a BP e exige mais respostas da empresa contra o derramamento. ;Claramente, após várias tentativas malsucedidas de proteger a fonte do vazamento, está na hora de a BP ampliar sua atual mobilização, enquanto a mancha de petróleo se move em direção à costa;, disse a secretária norte-americana de Segurança Doméstica, Janet Napolitano. Na sexta-feira, Obama assegurou que a produção interna de petróleo é parte da estratégia energética do país, mas reiterou que a exploração deve ser feita de forma responsável, para garantir a segurança dos trabalhadores e do meio ambiente.
Gafe ou recado?
Em qualquer outro lugar, uma foto de um grupo de mulheres com dois líderes de um país durante um seminário sobre saúde não passaria de um registro praticamente irrelevante. Na Arábia Saudita, porém, a imagem tem provocado comoção. Como se pode ver, as mulheres estão todas com o rosto descoberto. Para os ultraconservadores, isso ocorrer na presença do rei Abdullah e do príncipe Sultan é um acinte, uma afronta à tradição ; que exige o uso do niqab (uma espécie de véu). Para os liberais, é um claro sinal emitido pelo regime saudita de que o modelo social caminha para uma mudança. O país agora espera o desfecho da di