Um tribunal alemão indicou nesta sexta-feira (30/4) estar disposto a tornar pública as informações do serviço de inteligência alemã sobre Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
A decisão do tribunal administrativo federal de Leipzig aconteceu depois do pedido de um jornalista residente na Argentina e que deseja consultar as 3.400 páginas dos arquivos do BND (o serviço alemão de inteligência). Os documentos, que datam dos anos 50 e 60, estão relacionados com Eichmann, um dos organizadores do genocídio dos judeus pelo regime nazista.
O tribunal considerou obsoletos os argumentos apresentados até agora pela chancelaria, à qual o BND está subordinado, para manter os arquivos fechados.
Segundo o tribunal, os fatos são muito antigos para causar algum prejuízo à política alemã no Oriente Médio ou à colaboração dos serviços de inteligência alemãos com o de outros países.
No entanto, autorizou à chancelaria fornecer novos argumentos, se assim o desejar.
Adolf Eichmann, um tenente-coronel da SS, foi brevemente detido pelos americanos ao final da Segunda Guerra Mundial, mas conseguiu escapar e viver na Alemanha de maneira clandestina durante vários anos. Em 1950 se refugiou - com um nome falso - na Argentina, até que os serviços de inteligência israelenses o encontraram e capturaram.
Foi julgado em Israel e, depois de ser condenado à morte, foi enforcado em 1962.