Os líderes mundiais fracassaram no compromisso de reduzir, em 2010, a perda da biodiversidade do planeta, que na verdade se acelerou, lamentaram especialistas da ONU em relatório publicado nesta quinta-feira (29/4) na revista científica americana Science.
"Nossa análise mostra que os governos não cumpriram os compromissos assumidos em 2002 e, de fato, a perda da biodiversidade continua em um ritmo mais veloz do que nunca", declarou em comunicado Stuart Butchart, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), centro de controle para a preservação da natureza, principal autor do estudo.
Além disso, "fizemos muito poucos avanços para reduzir as pressões sobre as espécies, os hábitats e os ecossistemas", acrescentou esta primeira avaliação desde o lançamento da Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade (CBD, na sigla em inglês), em junho de 2002.
Baseando-se em mais de 30 indicadores como as mudanças nas populações das diferentes espécies, seu risco de extinção e outras medidas, o estudo não apresentou nenhuma redução significativa da taxa de queda da biodiversidade.
"Nossos dados mostram que 2010 não será o ano durante o qual a queda da biodiversidade se deterá, mas deve ser o momento no qual começaremos a tomar medidas seriamente e a aumentar nossos esforços para cuidar do que resta do nosso planeta", destacou Stuart Butchart.
"Desde 1970, reduzimos a população animal da Terra em 30%, as zonas de mangues em 20%, bem como os recifes de corais, em 40%", informou o professor Joseph Alcamo, responsável científico do programa da ONU para o meio ambiente.
Estas perdas não se justificam, "já que a biodiversidade é uma contribuição essencial ao bem-estar humano e ao desenvolvimento duradouro como reconhecido nas Metas de Desenvolvimento do Milênio", concluiu.