Nos últimos meses, a Venezuela vive o agravamento da crise energética acentuada pelo desabastecimento de alguns alimentos e também de água. Os acordos de cooperação com o Brasil contribuem para minimizar essas dificuldades. Há parcerias para que os venezuelanos possam comprar azeite refinado brasileiro, além de memorandos de entendimentos para eteno e polietileno.
Na ocasião, Lula e Chávez trocaram elogios mútuos. Eles lembraram que já se encontraram por 19 vezes. Mais recentemente, foram oito reuniões. Ambos se chamam de ;amigo; e prometem intensificar as relações entre o Brasil e a Venezuela. O próximo encontro será no dia 4, em Buenos Aires. Depois, eles se reúnem em dezembro, antes de Lula encerrar seu mandato.
;Estou terminando meu mandato e a Venezuela se transformou em um parceiro excepcional. Lá, os empresários brasileiros estão fazendo investimentos e ganhando dinheiro e melhorando a economia venezuelana;, disse Lula. ;Quero agradecer a Lula por tudo e por esse impulso nesses oito anos [de mandato dele no Brasil]. Antes, a relação do Brasil com a Venezuela era quase nula;, reagiu Chávez.
No encontro de hoje, os presidentes assinaram ainda um acordo entre o Banco da Venezuela e a Caixa Econômica Federal (CEF) para aumentar o acesso a serviços bancários nos dois países. Também foi assinado um ato que define a ampliação da venda de nafta, um derivado de petróleo, da empresa brasileira Brasken para a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA). Atualmente, a empresa brasileira vende 500 mil toneladas do produto à Venezuela. O objetivo do novo acordo é aumentar as vendas para 750 mil toneladas.
Com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Lula e Chávez definiram que será realizada uma parceria para efetivar pesquisas agropecuárias na Venezuela e também para adiantar projetos que buscam a ampliação da colheita de soja na região de Valle de Quibor, no estado de Lara.
Segundo Chávez, no ano passado, o comércio bilateral entre o Brasil e a Venezuela aumentou em 200% e deverá crescer ainda mais a partir da exportação de nafta. Segundo ele, alguns dos contratos e acordos que serão assinados hoje em Brasília estão sendo preparados entre Brasil e Venezuela há três anos. O comércio bilateral entre os dois países envolve cerca de US$ 5 bilhões anuais.