O líder da ultradireita francesa, Jean Marie Le Pen, afirmou que os "judeus franceses se beneficiaram da ação do marechal Petain", chefe do regime colaboracionista que durante a Segunda Guerra Mundial deportou milhares de judeus para os campos de extermínio nazistas.
Em declarações fiéis a seu estilo, e pelas quais já foi condenado pela justiça, Le Pen afirmou no domingo que "acreditar que Petain foi responsável pela perseguição aos judeus durante a guerra é escandaloso".
Le Pen fez as afirmações ao ser questionado sobre a visita a Vichy do grande rabino da França, Gilles Bernheim, no dia do 65; aniversário da libertação dos campos de concentração.
Em Vichy (centro do país) foi instalado em junho de 1940 o regime colaboracionista liderado por Petain, após a ocupação da França pelas tropas alemã. "Talvez também tenha feito (a visita) em agradecimento pela ação do governo de Vichy", declarou o presidente da Frente Nacional (FN).
"O notável na história dos judeus da Europa é que se você compara com o tratamento infligido às comunidades judaica da Bélgica, Holanda e Dinamarca, os judeus franceses se beneficiaram de uma indulgência do governo francês", afirmou Le Pen.
Esta não foi a primeira vez que Le Pen fez declarações do tipo. Em 1987 ele foi multado pela justiça por banalizar a perseguição nazista ao afirmar que as câmaras de gás foram "um detalhe na história da Segunda Guerra Mundial". Le Pen repetiu a afirmação em ocasiões posteriores, inclusive no Parlamento Europeu.
Segundo ele, a operação do "Velódromo de Inverno" (Vel d;Hiv) em julho de 1942 em Paris, durante a qual a polícia prendeu mais de 13.000 judeus que terminaram deportados aos campos de concentração nazistas, "não foi uma iniciativa francesa".
A operação ;Vel d;Hiv; foi organizada por René Bousquet, secretário-geral da polícia de Vichy, e executada por 4.500 policiais.