Uma semana depois de se enfrentarem na Corte de Haia ; órgão judicial vinculado às Nações Unidas -, os presidentes do Uruguai, José "Pepe" Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner, se reúnem, em Buenos Aires. A reunião está prevista para a próxima quarta-feira (28). Anteontem (20), o tribunal concluiu que o Uruguai violou o estatuto que rege o rio de mesmo nome, que separa o país da Argentina, ao determinar a construção de usinas de celulose na região. Mas afirmou que a única fábrica construída, até o momento, pode manter suas atividades.
De acordo com a agência oficial de notícias da Argentina, Telam, Mujica demonstrou interesse em buscar um acordo para encerrar o impasse. "Deixe-me falar com a ;dona do circo; e então eu digo: ;Temos uma perspectiva positiva e devemos buscar somar isso", disse o uruguaio.
A controvérsia entre a Argentina e o Uruguai envolve o bloco econômico Mercosul e o Brasil. Para argentinos e uruguaios, os brasileiros se isentam de assumir posições sobre a polêmica. O tema é recorrente nas discussões nas quais há participação de integrantes dos três países. Há quatro anos, as tensões aumentaram.
O conflito afeta os setores de turismo e meio ambiente, provocando prejuízos nas duas economias. Ligados historicamente, Argentina e Uruguai levaram o caso para a Corte de Haia no final de 2006. Segundo os argentinos, os uruguaios violaram o Estatuto do Rio Uruguai ao autorizar a construção das fábricas sem consulta prévia do governo da Argentina.
O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, disse que o governo espera "boas perspectivas" da conversa entre Mujica e Kirchner. Segundo ele, os dois presidentes discutirão as estratégias conjuntas para acabar com o impasse sobre a instalação da empresa UPM (ex-Botnia).