A magistrada da Corte Suprema do Chile, Mónica Maldonado, recomentou nesta segunda-feira (19/4) a rejeição ao pedido do juiz espanhol Baltazar Garzón de interrogar em Santiago a viúva do ex-ditador Augusto Pinochet, Lucía Hiriart, por lavagem de dinheiro.
Segundo os argumentos entregues pela juíza e divulgados pela imprensa, existe uma investigação aberta no Chile sobre a origem da fortuna de Pinochet, o que não permite autorizar a presença do juiz espanhol no país para o interrogatório.
O relatório da magistrada é uma instância prévia à decisão final que deverá ser tomada pela Corte Suprema sobre a solicitação feita por Garzón em fevereiro.
Em 2004, a Justiça chilena abriu uma investigação depois de descobrir contas bancárias no nome de Pinochet, com em torno de 20 milhões de dólares, no Banco Riggs de Washington e em outras instituições.
No pedido de Garzón, além de Lucía Hiriart, 84 anos, também são acusados o ex-tabelião de Pinochet, Oscar Aitken; o ex-gerente geral do Banco do Chile, Pablo Granifo; e Hernán Donoso, gerente da sucursal da instituição em Nova York.
Em 1998, o juiz espanhol havia ordenado a prisão, em Londres, de Pinochet, para conseguir sua extradição à Espanha e julgá-lo por crimes de lesa humanidade. Depois de 503 dias de prisão domiciliar na capital britânica, foi decidida sua libertação, por motivos humanitários e ele retornou ao Chile.
Pinochet morreu em 10 de dezembro de 2006, aos 91 anos.
Garzón é processado em seu país, acusado de investigar desaparecimentos de pessoas durante a Guerra Civil espanhola e a repressão da ditadura franquista sem ter competência jurídica para isso. O juiz recebeu demonstrações de solidariedade em todo o mundo devido a esse processo.